Principais Conceitos

  • VIH – O que é?

    O VIH significa Vírus da Imunodeficiência Humana. Este vírus é responsável por uma infeção que usa o sistema imunitário humano para se replicar. O VIH é um retrovírus, existindo múltiplos tipos e subtipos do mesmo.

    Existem dois tipos, o VIH-1 e o VIH-2, sendo que o primeiro é dominante na maior parte do mundo e o segundo é responsável por uma minoria de infeções nalguns países da África Ocidental e Europa.

  • SIDA – O que é?

    SIDA, significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e representa a evolução da infeção VIH para um estado muito avançado.

    A SIDA ocorre quando a infeção VIH não é tratada e é caracterizada pelo aparecimento de uma ou mais doenças indicadoras/oportunistas.

  • Carga viral e CD4

    A carga viral mede a quantidade de VIH presente numa gota de sangue. Deve se ter a menor quantidade possível de VIH.
    As células CD4 são das células mais importantes do sistema imunitário. O nosso sistema imunitário protege-nos contra infeções e outras doenças. A contagem das células CD4, permite saber em que estado está o sistema imunitário de uma pessoa.

    Assim:
    – Quando a contagem das células CD4 é alta, a carga viral é normalmente baixa. Esta situação é boa =)
    – Quando a contagem das células CD4 é baixa, a carga viral é normalmente alta. Esta situação não é boa =(

    O resultado do tratamento deve ser a descida da carga viral até um valor indetetável, o que significa que a infeção VIH está controlada. Esta descida da carga viral permite que o número de células CD4 se mantenha normal ou suba caso esteja reduzido.

  • Carga viral indetetável

    Quando a quantidade de VIH é muito baixa, a carga viral pode ser indetectável, isto significa que a quantidade de VIH é tão pequena na amostra de sangue que o teste não o consegue medir. 

    Não significa que o VIH tenha desaparecido do organismo, pois quase sempre estará presente noutras partes do corpo. 

  • Tratamento

    A infeção VIH, como infeção crónica, tem um tratamento eficaz. A medicação (Terapêutica Antirretroviral) ao atuar vai combater o vírus e impedir que este ataque o sistema imunitário que assim conseguirá combater infeções e outras doenças.

    O tratamento é assegurado na consulta de Infeciologia ou Medicina Interna e é gratuito para todas as pessoas. Dependendo do hospital, as pessoas podem levantar medicação para 1 a 3 meses.

    O que significa estar sob tratamento antirretroviral:

    – Diminuir a carga viral, até se chegar a ter carga viral indetectável;
    – Tomas diárias (composta por um ou mais comprimidos, 1x ao dia ou mais);
    – As análises regulares ao sangue mostram quão saudável está o sistema imunitário e se a medicação está a ser eficaz;
    – Realizar consultas de seguimento (a média será 1 a 2 consultas por ano);
    – Estar sob tratamento previne danos futuros no sistema imunitário e por isso há um menor risco de se adoecer.

  • Infeções oportunistas

    Às infeções que “aproveitam” a fraqueza do sistema imunitário causada pelo VIH chamam-se infeções oportunistas.

    Se uma pessoa infetada pelo VIH, estiver sem tratamento, o sistema imunitário poderá não conseguir proteger eficazmente o organismo de infeções causadas pelos agentes infeciosos.

  • Diagnósticos tardios

    Quando o diagnóstico só é feito tarde, a infeção VIH estará no organismo há demasiado tempo e pode já ter causado alguma doença grave, tornando-se mais difícil de tratar.

  • Hierarquia de risco de transmissão em diferentes práticas sexuais

    Existe uma hierarquia de risco de transmissão associada a diferentes práticas sexuais:

    – Sexo anal desprotegido é a prática com risco mais elevado para o VIH;
    – Sexo vaginal desprotegido é uma prática de risco para o VIH;
    – Sexo oral sem ejaculação na boca é uma prática de risco baixo para o VIH;
    – A masturbação não apresenta risco para o VIH, desde que a pele se encontre sem feridas.

Números

  • Estatísticas globais VIH

    Os dados estatísticos globais associados ao VIH:

    – 76.1 milhões é a estimativa de pessoas infetadas desde o início da epidemia;
    – 36.7 milhões de pessoas vivem com a infeção VIH no mundo em 2016;
    – Estima-se que 30% não saiba que tem o vírus;
    – 1.8 milhões de novos casos da infeção VIH em 2016;
    – 19.5 milhões de pessoas estão em tratamento antirretroviral;
    – Na Europa, estima-se que 15% das pessoas que vivem com VIH não se encontram diagnosticadas – 1 em cada 7 não sabe que está infetada;
    – Em Portugal, estimam-se que 44.176 vivam com a infeção VIH Em 2016;
    – 841 novos casos de infeção por VIH;
    – 57% transmissão heterossexual;
    – 35% transmissão entre homens que tem sexo com homens;
    – 161 casos de SIDA.

Coinfecções

  • Hepatite B

    A Hepatite B é uma infeção viral provocada pelo vírus da hepatite B (VHB), que leva a uma inflamação aguda ou crónica no fígado a que se chama hepatite. Quando não é eliminado pelo organismo pode evoluir para infeção crónica e sem tratamento pode originar o desenvolvimento de nódulos fibrosos (cirrose) ou cancro (carcinoma hepatocelular).
    Transmite-se sobretudo por contacto com sangue, mas também por contacto com esperma, secreções vaginais e saliva, sobretudo durante as primeiras 24 semanas (infeção aguda).

    As práticas que podem transmitir VHB são:

    – Transmissão mãe-bebé, durante o parto;
    – Partilha de material para injetar drogas;
    – Lesão com material corto-perfurante usado por pessoas com infeção;
    – Práticas sexuais sem uso de preservativo;
    – Partilha de material que possa conter sangue, tais como escovas de dentes ou lâminas de barbear.

    O tratamento é crónico, realizado com uma combinação de medicamentos ativos contra este vírus.
    Previne-se através de três doses de vacina contra o VHB. A prevenção também se faz evitando partilhar material que possa conter sangue ou saliva, tais como lâminas de barbear e escovas de dentes e material de consumos, usando luvas quando se utiliza material corto-perfurante em pessoas com infeção, usando preservativo durante o sexo oral, vaginal e anal.

  • Hepatite C

    A Hepatite C é uma infeção viral que provoca a inflamação aguda no fígado a que se chama hepatite. Quando não tratada pode originar o desenvolvimento de nódulos fibrosos (cirrose) ou cancro (carcinoma hepatocelular), assim como doenças dos rins ou articulações.

    Transmite-se sobretudo por contacto com sangue contaminado por:

    – Partilha de material para injetar drogas;
    – Partilha de palhinha ou tubo para snifar drogas;
    – Práticas de sexo anal (penetração ou fisting com presença de sangue) sem uso de preservativo;
    – Práticas sexuais sem uso de preservativo com parceiro com VHC;
    – Partilha de material de punção para tatuagens ou piercings;
    – Partilha de material que possa conter sangue, tais como escovas de dentes ou lâminas de barbear.

    O tratamento com cura faz-se através de uma combinação de medicamentos ativos contra este vírus e tem duração variável, geralmente 3 a 6 meses, tendo em conta o genótipo e a existência de coinfecção com o VIH;
    Não existe vacina disponível para esta hepatite e previne-se através da não partilha de agulhas e tubos nos consumos de drogas, objetos de uso pessoal cortantes e preservativo nas práticas de sexo anal e luva de latex nas práticas de fisting.

    Para saber mais sobre “VIH e Hepatites” consultar: http://www.gatportugal.org/public/uploads/publicacoes/brochuras/hepatitis_POR_FINAL.pdf

    Ou ainda o Guia de Hepatite C para pessoas que vivem com VIH: http://www.gatportugal.org/public/uploads/publicacoes/brochuras/Guia%20Hepatite%20C%2 0-%20Pessoas%20que%20Vivem%20com%20VIH.pdf

Gravidez

  • Se for uma mulher a viver com o VIH

    A gravidez, para  uma mulher a viver com o VIH:

    – Muitas mulheres que vivem com o VIH engravidam sem que ocorra transmissão da infeção ao bebé;
    – Tomar a medicação antirretroviral durante a gravidez protege o feto, impedindo a transmissão do VIH;
    – A cesariana é o procedimento mais seguro mas é possível planear o parto vaginal sem riscos;
    – A amamentação não está recomendada, mas sim o uso de biberon com leite não materno;
    – Após o parto e durante algumas semanas, o bebé precisará de tomar medicação antirretroviral;
    – Quando estas indicações são seguidas, apenas cerca de 1 em 100 bebés nasce com infeção VIH.

  • Se for um homem que vive com VIH

    Se estiver em tratamento e com carga viral indetetável há mais de 6 meses o risco de transmissão da infeção VIH a uma mulher será provavelmente nulo. Poderá consultar junto do seu médico o risco de transmissão da infeção específico para o seu caso. 

    Pode consultar mais informação aqui: http://www.gatportugal.org/public/uploads/publicacoes/brochuras/03Gravidez_FINAL_site.pdf 

Envelhecimento

  • Envelhecer com VIH

    Algumas particularidades sobre o envelhecer com o VIH:

    – A terapêutica antirretroviral (TAR) permite que as pessoas que vivem com VIH envelheçam de forma saudável;
    – Algumas pessoas experimentam efeitos do tratamento a longo prazo e envelhecer com VIH pode aumentar o aparecimento de algumas doenças associadas à idade;
    – A investigação tem demonstrado que a infeção VIH leva o sistema imunitário e alguns órgãos em particular a envelhecer mais rápido do que o habitual. Tal acontece sobretudo porque o vírus causa no sistema imunitário uma inflamação constante;
    – É importante manter contato regular com o seu médico para análises/exames de rotina e para conversar sobre as suas preocupações;
    – Envelhecer com VIH tem impacto na sua saúde, mas há muitas coisas que pode fazer para cuidar de si.