
PreVIHne: ao encontro das comunidades mais vulneráveis de Lisboa
No segundo semestre deste ano, a Associação Positivo vai lançar o Projeto PreVIHne. De acordo com Andreia Lameiras, técnica de Reabilitação de Inserção Social da Associação e coordenadora do projeto, este é dirigido às comunidades em situação de vulnerabilidade social e migrantes do distrito de Lisboa.
HealthNews (HN) – Como surgiu o Projeto PreVIHne – Programa de Rastreio e Educação para a Saúde na Infeção VIH/VHC/B e IST?
Andreia Lameiras (AL) – Em 2013, a Associação Positivo criou o Gabinete de Rastreio e, em 2015, estabeleceu uma parceria com a Rede de Rastreio Comunitária, contribuindo desde então para o diagnóstico precoce e a ligação aos serviços de saúde, através de um papel ativo nas metas do combate à infeção VIH/SIDA.
Desde 2017, o Gabinete de Rastreio já diagnosticou mais de 30 casos reativos ao VIH, “religou” aos cuidados de saúde mais de 50 migrantes para acesso à terapêutica antirretrovírica (TAR), e ajudou à inscrição de pessoas migrantes nos centros de saúde.
A criação do projeto PreVIHne, surge assim, da necessidade de ir ao encontro da população mais vulnerável (por exemplo, migrantes, desempregados de longa duração, população que recebe o Rendimento Social de Inserção) que, de acordo com indicadores da Associação Positivo e dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), se encontra em maior risco de infeção por VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), em comparação com a população em geral.
PreVIHne é, assim, um programa de Rastreio e Educação para a Saúde na Infeção VIH/VHC/VHB/Sífilis, direcionado essencialmente às comunidades em situação de vulnerabilidade social e migrantes do distrito de Lisboa que, por alguma razão, ainda não chegaram a este tipo de serviços de rastreio.
Tem como objetivo promover a realização do rastreio (VIH, VHC, VHB e Sífilis) de forma anónima e confidencial, e aumentar o conhecimento sobre a infeção VIH, IST e hepatites virais, através da realização de ações de sensibilização de participação gratuita.
HN – Quando terá início?
AL – Havia o objetivo inicial de começar em janeiro de 2020 mas, devido à infeção por SARS-CoV-2, instalada a nível mundial desde março de 2020, a sua implementação foi adiada.
Existe, no entanto, a possibilidade de dar início ao programa já no segundo semestre de 2021, com a expetativa otimista de que, nessa altura, possam estar reunidas as melhores condições para a implementação do projeto.
Entretanto, está a ser elaborado um plano de intervenção com todas as medidas de segurança impostas pela DGS, adaptando e executando o projeto à nova realidade da pandemia de Covid-19.
HN – Como vai ser operacionalizado?
AL – O projeto, que contempla quatro fases, será desenvolvido ao longo de 12 meses, e os seus resultados monitorizados e avaliados através de métricas pré-definidas.
Fonte: Health News
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