A vivência da infeção com os outros, é uma das situações que é sentida como mais difícil para as pessoas que vivem com o VIH.
Não no contacto social, porque não há risco, mas sim quando sentem necessidade ou vontade de contar, seja aos parceiros, família ou amigos. Muitas vezes, há o receio de não saber como vão reagir os outros. Surgem preocupações ao nível da confidencialidade, ou seja, se estes guardam o seu “segredo” ou não. Assim, será melhor ponderar a quem contar e quando contar. Muitas vezes, pela ansiedade causada por uma infeção recente existe muita vontade de contar, num estado muito precoce, o que em algumas situações mais tarde se revela não ter sido benéfico para a pessoa.
A forma como se conta ao outro faz toda a diferença, se contar quando ainda para si a infeção é “um bicho de sete cabeças” será esta angústia que será passada para o outro. Se, pelo contrário, contar quando já se sente à vontade com a sua situação esta poderá ser mais facilmente aceite.
A nível familiar, muitas vezes surge a preocupação de esta notícia ser mais uma preocupação para os pais e familiares e que estes não vão aguentar. Se for esse o caso pondere revelar. Pois, se por um lado necessita do apoio familiar, por outro ter uma excessiva preocupação sobre si será mais um fator para gerir a nível emocional.
A nível das relações, é um direito seu contar ou não contar. Esta decisão, está mais relacionada com a personalidade de cada um e com o tipo da relação que tem, do que propriamente com as questões da infeção ou morais.