Alimentação

  • Sobre a alimentação

    A nutrição é a primeira medicação de qualquer individuo.

    Assim, para que qualquer terapêutica seja realmente eficaz, o estado nutricional deverá ser o melhor possível. No caso das pessoas que vivem com VIH, este princípio não deverá de todo ser esquecido no sentido de melhorar significativamente a qualidade de vida.

    É preciso reforçar a importância de uma alimentação equilibrada, para fornecer alimentos e nutrientes adequados para a manutenção ou melhoria do estado nutricional e prevenir as deficiências proteicas, vitaminas e minerais é essencial para evitar um ciclo vicioso entre a infeção VIH e a má nutrição.

Atividade Física

  • Sobre a atividade física

    Num estilo de vida saudável, a atividade física é importante para evitar que a pessoa seja sedentária, influenciando na obtenção de uma boa qualidade de vida e saúde. Manter um nível adequado de movimentação corporal ajuda principalmente a evitar prováveis problemas de saúde.

    São vários os benefícios da atividade física para as pessoas em geral, ajudando principalmente a fortalecer os músculos, articulações e ossos. Além disso, ainda proporciona um aumento na agilidade corporal, flexibilidade, resistência física e um bom condicionamento cardiorrespiratório.

    Mas, melhora sobretudo a qualidade de vida do indivíduo, como o seu sono, humor, disposição mental e física, alimentação, aspeto da pele e cabelo, virilidade, redução da ansiedade e melhoria na auto-estima.

Tabagismo

  • Sobre o tabagismo

    Na infeção VIH, o tabagismo tem um impacto importante, a vários níveis. A evidência científica aponta que grande parte da mortalidade observada em pessoas com VIH se atribui ao tabaco, sendo que a prevalência do tabagismo em pessoas que vivem com VIH é superior ao da população geral. Muitas doenças relacionam-se de forma direta com o tabaco como, por exemplo, as doenças cardiovasculares e o cancro do pulmão, que são causas importantes na morbilidade. Inclusive, destaca-se o estudo de 2015 em que se constatou que o risco de morte associada à SIDA é cinco vezes mais elevado em pessoas infetadas fumadoras do que em não fumadoras.

    Deixar de fumar pode ser um passo importante e extremamente difícil. Mas, não existe apenas uma forma de deixar de fumar e cada método deve ser adaptado individualmente.

    É importante que o faça de forma acompanhada e existem diversos tipos de intervenções, que podem ser utilizadas simultaneamente:

    – Medicação de substituição de nicotina ou outros fármacos (estão disponíveis várias marcas, com preços diversos);
    – Consulta de cessação tabágica nos centros de saúde e hospitais;
    – Consulta de Psicologia;
    – Consulta de Psiquiatria;
    – Grupos de Apoio Motivacional;
    – Gestão do Stress e Ansiedade: Prática de exercício físico, yoga, acupuntura, hipnose, biofeedback.

Bem-estar Psicológico

  • A importância do bem-estar psicológico

    Cuidar de si não respeita só à sua saúde física, é preciso também fazê-lo na sua saúde mental e emocional.

    Viver com VIH, pode trazer um maior número de preocupações. No início, para muitos pode também ser sentido como um choque e precisar de tempo e/ou ajuda para integrar a infeção na sua vida. Depois, alguns aspetos como, a medicação a longo prazo, contar a alguém, gerir as questões familiares ou até o estigma, podem ser fatores que contribuem para uma maior vulnerabilidade psicológica.

    É normal ter “altos e baixos”, mas se sente que o “baixo” prevalece peça ajuda especializada, procure suporte de outros e recorde-se que não está sozinho. É importante reforçar que os problemas psicológicos podem ser tratados e que as pessoas recuperam com ajuda especializada.

Sexualidade

  • Sobre a sexualidade

    A sexualidade de cada um é vivida de forma única e pessoal. O VIH não tem de afetar esta vivência, o objetivo é que possa desfrutar de uma relação sexual satisfatória, independentemente da infeção.

    Se estiver em tratamento há mais de 6 meses, com carga viral indetetável, o seu risco infecioso é mínimo. No entanto, o uso do preservativo continua a ser importante para evitar outras infeções sexualmente transmissíveis ou mesmo a reinfeção com o vírus VIH numa estirpe resistente à medicação que se encontra a tomar.

    Após o diagnóstico de infeção VIH, é comum para muitas pessoas não conseguirem pensar em ter relações sexuais. Sentem-se “sujas”, envergonhadas ou culpadas. Para muitas, o pensamento de que podem infetar o outro não permite relaxar e desfrutar. Contudo, com o tempo é normal que volte a desejar querer uma vida sexual ativa. Se sente que, apesar do tempo e de já compreender melhor a sua infeção, não tem vontade ou nem sequer pensa em ter relações sexuais, poderá procurar ajuda profissional. Fale com um psicólogo ou médico e peça ajuda neste sentido.

    Outra situação, prende-se com o facto de mesmo após a infeção e de estar em tratamento, continuar a ter relações desprotegidas com múltiplos parceiros, sem utilizar preservativo e sem o conseguir controlar, apesar de não o querer fazer. Pode não ter consciência do porquê de iniciar ou manter este padrão na sua vida sexual que o coloca constantemente em risco. Se for importante para si, pensar sobre estas questões, poderá sempre pedir ajuda profissional (marque uma consulta connosco).

Trabalho

  • Sobre o trabalho

    O trabalho é um pilar importante, promovendo a independência e contribuindo para
    as relações sociais e pessoais, bem como na estimulação mental em vários aspetos.

    Em termos das pessoas que vivem com o VIH, as principais preocupações remetem para:

    – Faltas para a ir a consultas em período laboral;
    – Toma da medicação no horário laboral;
    – Partilha do diagnóstico;
    – Testes ao VIH na medicina do trabalho;
    – Sintomas físicos relacionados com a infeção ou outras complicações de saúde que possam ocorrer, efeitos secundários da medicação.

    Destas preocupações, a maioria das pessoas pensa que poderão resultar em:

    – Despedimento;
    – Desconto no salário;
    – Situações de discriminação;
    – Menor disponibilidade laboral;
    – Medo da perda do posto de trabalho.

Viagens

  • Sobre os cuidados a ter ao viajar

    A infeção VIH não limita as suas viagens, seja por motivos de turismo ou profissionais.

    Contudo, é uma realidade que alguns países perpetuam um clima de exclusão, seja com o teste negativo para a infeção, com restrições em estadias de curto ou longo prazo, no pedido laboral ou de residência, entre outras situações. É uma situação complexa e varia consoante o país. Felizmente, são cada vez menos os países com esta posição perante a infeção VIH.

    Por uma questão de atualização, poderá ser útil antes de viajar consultar o site: http://www.hivtravel.org/ ou contatar a embaixada local.

    Em termos de apoios médicos fora do país, informe-se dos seguros, associações locais que lhe poderão dar apoio e se viajar dentro da Europa poderá sempre fazer o Cartão Europeu de Saúde.

    Pedido de cartão europeu de seguro de doença: http://www.seg-social.pt/

  • Viajar com medicação antirretroviral

    Alguns conselhos para quem planeia viajar e está a efetuar medicação antirretroviral:

    – É aconselhável levar a medicação na bagagem de mão, acompanhada por uma carta médica com a prescrição da medicação. É importante comprovar a sua prescrição médica, bastando apenas um documento médico, no qual diga que os medicamentos são pertences à pessoa e que são necessários para o tratamento de uma doença crónica.
    Note-se que um documento escrito que expresse que a pessoa tem a infeção VIH não é necessário.
    – Nas viagens, é importante ter em conta as vacinas e a medicação necessária para alguns países (ex: malária) e sua interação com a medicação antirretroviral. Consulte o seu médico sempre que precisar de tomar alguma medicação para viajar.
    – Quando viajar para zonas de fuso horário diferentes, poderá ajudar ajustar a hora da toma antes da viagem, parcialmente dia por dia.

    Aconselhe-se também com o seu médico, para que não comprometa as suas tomas.